Prefeitura Municipal de Anchieta

Canonização do Beato Anchieta emociona milhares de fiéis

Santificação deverá ser oficializada pelo Papa Francisco nesta quinta-feira, em Roma, na Itália

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[foto2][foto5][foto6][foto3][foto4][foto1]Apesar do adiamento, pelo Vaticano, da assinatura do decreto de canonização do Padre José de Anchieta, previsto para esta quarta-feira (02);, o município de Anchieta manteve as festividades programadas para a data. A canonização deverá ser oficializada pelo Papa Francisco nesta quinta-feira (03);, em Roma, na Itália. 
 
A abertura da festa em Anchieta nesta quarta-feira foi marcada pela celebração de uma missa, na Matriz Nossa Senhora da Assunção, pelo pároco local, Padre Acrísio. Cerca de três mil pessoas lotaram o santuário e o pátio da igreja.
 
Regido pelo maestro Inárley Carletti, o coral municipal Viva Voz abriu a programação, às 9h30, e emocionou o público com o repertório que contou com músicas sacras. O prefeito Marquinhos, o Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha, deputados, secretários municipais, entre outras autoridades, prestigiaram a solenidade.
 
Em entrevista coletiva, Marquinhos destacou sua alegria pela iminente canonização do Beato: “Todo ano milhares de fiéis vêm à nossa cidade trazidos pela fé no Beato Anchieta. Vamos honrar este presente que Deus está dando ao povo anchietense cuidando do nosso município como ele fez. Estamos de braços abertos para receber as pessoas e comemorar”.
 
Ele fez questão de ressaltar que o município vem se estruturando para receber o turismo religioso, mesmo antes de ter a certeza da canonização: "Estamos nos preparando através de um trabalho forte de conscientização da população. Esperamos um aumento considerável do turismo religioso e temos muita satisfação em compartilhar este momento único com a Igreja Católica e com todos os anchietenses”.
 
O Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha, citou o exemplo de pessoa e de vida que foi o Padre Anchieta e comemorou a conquista. “O dia de hoje é de ação de graças. O importante não é a data ou a assinatura do decreto e sim a realidade. O Padre Santo é um ícone que ultrapassa os limites da Igreja. Sua importância também e histórica", declarou.
 
À noite, o prefeito Marquinhos participou de missa pela canonização na Catedral de Vitória, onde esteve em companhia do governador Renato Casagrande. Após a celebração o prefeito, o governador e o Bispo Auxiliar de Vitória, Dom Vladimir, assistiram à apresentação do musical “Anchieta para Todas as Tribos”, encenado pela comunidade católica Shallom, de São Paulo.
 
 
Beato Anchieta
 
José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534 em Tenerife, nas Ilhas Canárias, na Espanha. Era primo do fundador da Companhia de Jesus, Santo Inácio de Loyola, onde ingressou em 1551. Chegou ao Brasil em 1553, aos 19 anos, por iniciativa do Padre Manuel da Nóbrega, que precisava de reforço para a evangelização no País.
 
No Brasil José de Anchieta percorreu vários Estados, como Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. O jovem jesuíta catequizou índios, fundou e construiu povoados, colégios e igrejas. Também lutou contra invasores franceses no Espírito Santo e fundou e dirigiu o Colégio dos Jesuítas em Vitória, denominado São Thiago, atual Palácio Anchieta, sede do Governo do Estado.
 
Espírito Santo
 
Em 1569, ao passar pela costa do Espírito Santo vindo da Bahia em direção ao Rio de Janeiro, a embarcação na qual viajava foi tomada por uma forte tempestade, da qual saiu ileso. Em agradecimento, em 1573 ele fez uma visita ao Santuário da Penha, na então província de Vila Velha. Cinco anos depois foi nomeado Reitor do Colégio Jesuíta, em Vitória, cargo deixou no mesmo ano para exercer as funções de Provincial dos Jesuítas do Brasil.
 
No Espírito Santo Anchieta escolheu a então Rerigtiba, atual Anchieta, para viver. Mas antes de retornar ao povoado, em 1579, viajou por todo o Brasil incentivando a criação de comunidades jesuítas. Ainda em 1579 recebeu em Rerigtiba a imagem de Nossa Senhora da Assunção, quando da apresentação do auto “Dia da Assunção”, de sua autoria.
 
Em 1585 fundou a aldeia de Guarapari. Dez anos depois, em 1595, obteve dispensa de suas funções na Companhia Jesuítica e da direção do Colégio Jesuíta de Vitória e fixou residência em Rerigtiba. Durante o restante de sua vida, José de Anchieta cuidou a terra e dos índios, que o veneravam e o batizaram de Aba, que significa Padre em tupi-guarani.
 
José de Anchieta morreu na aldeia de Rerigtiba em 9 de junho de 1597 e seu corpo foi transportado pelos índios até a Catedral de Vitória, onde foi sepultado. Enquanto era transportado, o corpo caiu no chão e os índios bradaram “Aba ubu”, que significa “O padre caiu”. O local da queda é o atual balneário de Ubu, pertencente ao município de Anchieta.
 
Em 1611 os seus restos mortais foram transladados. Uma parte foi levada para o Palácio Anchieta e outra enviada para Roma. Porém, no Museu do Beato, em Anchieta, ainda estão em exposição objetos que pertenceram a ele, com destaque para um pedaço de uma de suas tíbias.
 
Canonização
 
O Padre Anchieta foi beatificado pelo Papa João Paulo II, em Roma, em 22 de junho de 1980. O processo durou 417 anos e foi um dos mais longos da História. A preparação do texto com a biografia de Anchieta, com uma relação de prováveis milagres e a dimensão nacional e internacional de sua devoção, como também provas da sua santidade, está sendo feita pelo Padre César Augusto dos Santos.
 
O Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha, afirma que o Beato Anchieta teve grande influência na formação religiosa do Estado e do Brasil: “Ele foi um grande catequista, um grande missionário, grande professor, grande místico, um homem de Deus!”.
 
Anchieta deixou um legado de fé e cultura ao povo anchietense. Por suas mãos foram construídos aqui o Santuário Nossa Senhora da Assunção, local sagrado e de devoção para os capixabas, e o Poço Jesuítico, local de visitação de moradores e turistas.
 
Sua disposição em caminhar fazia com que ele, pelo menos duas vezes por mês, percorresse a trilha litorânea entre Iririgtiba (atual balneário de Iriri); e Vitória, com pequenas paradas para pregação e repouso em Anchieta, Guarapari, Setiba, Ponta da Fruta e Barra do Jucu, em Vila Velha.
 
Essa caminhada é feita por fiéis até hoje, todos os anos, sob a denominação de Passos de Anchieta. São 105 quilômetros percorridos a pé por andarilhos de todo o Brasil e do exterior, a exemplo do que acontece com o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.
 
Popularizado como o Apóstolo do Brasil, Anchieta foi um missionário incomparável, fundador de cidades, gramático, poeta, historiador e teatrólogo. O apostolado não o impediu de cultivar as letras, pelo contrário, o incentivou a compor belíssimos textos, o que fez em quatro línguas: português, castelhano, latim e tupi, em prosa e verso.
 
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