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Prefeitura Municipal de Anchieta
Diretor de rádio do Vaticano visita Anchieta esta semana
O município de Anchieta vai receber esta semana um correspondente direto do Vaticano. Silvonei José Protz vai colaborar com a divulgação do Santuário internacionalmente.
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O município de Anchieta vai receber esta semana um correspondente direto do Vaticano. Silvonei José Protz é diretor da rádio Vaticano, doutor em jornalismo e professor universitário. Ele vai colaborar com a divulgação do Santuário de São José de Anchieta e contribuir com o turismo religioso do município.
Silvonei chegará ao município na próxima quinta-feira (09); e ficará até o domingo, juntamente com o reitor do Santuário padre César Augusto dos Santos. O objetivo da vinda de Silvonei a cidade é colaborar com a divulgação do Santuário de Anchieta no contexto internacional.
O correspondente é reconhecido pela voz marcante e já atuou em diversos eventos junto ao Papa Francisco.
Confira a entrevista que o Silvonei José Protz concedeu ao porta voz e Diretor de Comunicação do Santuário, Dhyovaine Nascimento.
Fale-nos sobre sua experiência com o jornalismo católico?
SILVONEI JOSÉ: Antes de tudo sou um católico que é jornalista, portanto, o mundo da informação, seja ela “leiga” ou religiosa faz parte do meu mundo. O fato de trabalhar há mais de 23 anos na Rádio Vaticano e antes disso em emissoras católicas brasileiras, como a Rádio Aparecida, fez com que eu focalizasse a minha atenção para o jornalismo não só católico, mas para o jornalismo com teor mais religioso e social; neste caso a religião católica e os direitos humanos. Sinto que muitas vezes o mundo da informação não dá devida atenção ao que acontece no mundo religioso, seja ele católico ou não. A religião só é notícia quando provoca reações negativas, escândalos, ou não desempenha a sua específica missão; ou ainda quando um Papa morre ou renuncia. Quase nunca é notícia a realidade transformadora que brota da fé e de uma ação baseada em princípios religiosos. Se é negativa a ação então a parte é julgada com o todo. Basta pensar na questão dos abusos sexuais: quase ninguém fala dos milhares de sacerdotes que fazem o seu trabalho e desempenham a sua missão em prol de multidões de deserdados. Basta uma “maça podre” para dizer que toda a árvore não presta. Notícias como essas estão nas primeiras páginas de jornais que não vêem além do mero fato de atingir e fazer cair a credibilidade de homens que se doam totalmente ao próximo. Certamente quem deve tem que pagar, e isso jamais deve ser ocultado. O mundo da informação, neste momento particular em que vivemos, com tecnologias cada vez mais avançadas, mudou o seu paradigma; hoje todos podemos ser emissores e receptores de informações, por isso a responsabilidade individual aumentou muito. Vivo neste mundo em ebulição da informação e da transmissão da mesma.
Qual o sentimento em trabalhar em Roma, próximo ao Santo Padre, cobrir os eventos mais próximos no coração da Igreja (Vaticano);?
SILVONEI JOSÉ: Sinto-me uma pessoa privilegiada em poder atuar na Rádio Vaticano e de qualquer forma ser ponte entre o que ocorre no Vaticano – falo das atividades do Papa - da Santa Sé e da Igreja no mundo, e a realidade brasileira. Junto com o privilégio vem a responsabilidade que aumenta com a facilidade de comunicar através dos novos meios de comunicação. Cobrir os eventos presididos pelo Santo Padre, as celebrações na Basílica de São Pedro ou as viagens internacionais nos dá estímulos sempre novos, pois as palavras do Papa nos ajudam a construir idealmente a comunicação com os nossos ouvintes e leitores. Procuramos da forma mais simples possível traduzir conceitos que talvez para alguns sejam difíceis de entender.
Qual o momento mais marcante de sua carreira como jornalista?
SILVONEI JOSÉ: Creio que foi a morte de João Paulo II, também agora com a renúncia de Bento XVI. Nos dias que antecederam a morte de João Paulo II e depois com os seus funerais, pudemos contar aos brasileiros como uma família de Deus se reuniu ao redor do seu “Pai” que depois de anos de missão se entregou nas mãos do seu Senhor. Ver Roma sendo invadida por um mar de pessoas – crentes e não crentes – só para dar adeus a João Paulo II foi algo excepcionail que não sei se poderemos ver tão breve aqui em Roma.
Certa vez ouvi de um Bispo a seguinte frase: “Em tempos de muita informação, redobrada atenção!” Como você vê hoje o crescimento dos meios de comunicação católicos desde as redes sociais até as tv’s e seus desafios frente às informações.
SILVONEI JOSÉ: Quantos temos muita informação, quando somos bombardeados com notícias a todo instante, corremos o perigo de não termos mais tempo para refletir, para poder discernir o que recebemos, e assim dar voz ao nosso senso crítico; ou seja, pensar sozinhos. Quando não pesamos e refletimos somos levados a absorver interpretações dos outros e isso faz com que percamos a linha do horizonte da nossa personalidade e opinião. Devemos sempre desconfiar daquilo que ouvimos e lemos, para podermos também nós construir a nossa visão das coisas. A velocidade dos meios de comunicação de hoje muitas vezes não nos dão tempo para pensar; aí somos como a “Maria vai com as outras”, ou seja, sem opinião própria, servos e alvos da massificação midiática.
Saiba mais:
SILVONEI JOSÉ PROTZ
Silvonei é Doutor em Comunicação. Professor universitário e jornalista na Rádio Vaticano onde apresenta programas e orações aos fiéis de língua portuguesa do mundo todo, seja pelas ondas de radiodifusão, seja pelo universo virtual da internet ou pelas TVs de orientação católicas.
Atualmente mora em Roma;Doutor em Comunicação e jornalista;
Professor universitário na Pontifícia Universidade Gregoriana e na Pontifícia Universidade Urbaniana; Diretor da Rádio Vaticano;
Professor de Cultura Brasileira na Embaixada de Roma.
A Rádio Vaticano “Rádio do Papa”, emissora como veículo oficial da Santa Sé desde 1931, ano em que foi inaugurada. Atualmente a emissora, conforme ressaltou Silvonei, tem alcance mundial; os programas gerados são traduzidos em 40 idiomas.