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Pescadores e marisqueiras de Anchieta mantêm viva a cultura das suas profissões e sobrevivem do mar. Apesar de muitas profissões milenares estarem à beira da extinção, há alguns heróis de verdade e histórias emocionantes que deixam claro a dignidade de um ofício.

Como é o caso do senhor Joaquim da Purificação Flores, o “Seu Quinzinho”, que é morador de Anchieta. Ele tem 63 anos sendo e 48 anos dedicados a pesca, vivnedo no mar.

Seu quinzinho é uma figura fácil de ser reconhecida nas ruas, sua simpatia e gentileza encantam. Ele relatou que já passou por muitos apuros no mar e durezas na vida.

“Eu já passei 12 horas perdido em alto mar”, disse Quinzinho.

O pescador contou que aprendeu a pescar com redes de arrasto a beira mar aos 12 anos de idade, um costume passado de pai para filho. Mais tarde ele começou a freqüentar embarcações.

Segundo Quinzinho ele já viu amigos quase se afogarem em alto mar.

“O meu amigo estava em um bote e caiu em alto mar. Ele estava muito longe do meu barco e não sabia nadar, porém Deus me deu força eu remei até lá e consegui salvá-lo”,

Hoje seu Joaquim Flores não atua mais como pescador, apenas seu filho continua na profissão. Seu Joaquim trabalha na Associação de Pescadores de Anchieta.

Ele conta com a ajuda de outros pescadores experientes nesta empreitada, como por exemplo, o senhor Pereira Farias de 57 anos, sendo 40 deles dedicados à pesca. Seu Pereira pesca com tarrafa - uma malha de nylon com uma corda e chumbos pendurados.

Outro caso que merece destaque é o da marisqueira Edite dos Anjos Nascimento, 67 anos. Ela sustentou e criou seus sete filhos como marisqueira e ainda exerce a profissão.

“Desde os doze anos eu sou marisqueira, já me casei duas vezes, hoje sou viúva, mas nunca parei de pegar ostras, sururu. Meu sustento vem do mar”, disse dona Edite.

O trabalho da marisqueira é feito de acordo com as marés, depende da lua do tempo e a natureza de maneira geral.

Os mariscos são o sururu e a ostra, que são retirados da pedra, e a ameixa, um molusco que se encontra enterrado na areia do mar. O sururu e ameixa podem ser cozidos e feitos moquecas deliciosas. Já a ostra pode ser degustada crua com limão, muito encontrada a venda nas praias.

A venda é feita de porta em porta, nos restaurantes e para os seus clientes que a procuram em sua casa.

Associação de Pescadores de Anchieta

A Associação de pescadores de Anchieta tem uma sala cedida pela Prefeitura de Anchieta, através da Secretaria de Pesca, e foi reativada.

As futuras instalações da Associação serão situadas no bairro Porto de Cima, onde já se encontra madeiras adquiridas pela Prefeitura e profissionais capacitados para realizar a manutenção das embarcações. Tudo providenciado pela prefeitura, através da Secretaria de Pesca.

Saiba mais:

As grandes embarcações comportam de 25 a 30 tripulantes com uma média de 18 horas de serviço diário.

São usados equipamentos como as linhas de fundo ou mais popularmente conhecido como “espinhel”, que consiste em uma linha grossa com quilômetros de comprimento, cheia de anzóis com iscas.

Nesta linha se encontram bóias para demarcação e pesos de chumbo para afundar os anzóis para não colocar em risco o mergulho das aves marinhas. Os manuseios deste equipamento exigem muita atenção devido ao alto perigo de se agarrar aos anzóis.

A tripulação chega a ficar 30 dias em alto mar, e junto das grandes embarcações, vão 20 a 30 botes para a soltura do espinhel na água.

Hoje em dia, muito da segurança se faz presente, alguns barcos já se encontram com automatização de carretilhas para o lançamento e içagem dos anzóis na água. Precisam-se de menos tripulantes, portanto, menos pessoas em fatores de risco. Sempre houve uma “rede social marítima via rádio” em que uma embarcação ao avistar uma tempestade avisava aos próximos de sua onda de rádio para se protegerem ou até mesmo se retirarem do mar. Hoje há radares, GPS, enfim, o que melhorou em muito a lida com esta profissão.

Fonte:Prefeitura de Anchieta/Secretaria de Pesca/Associação de Pescadores