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Prefeitura Municipal de Anchieta
Anchieta se prepara para novo ciclo de turismo religioso
Beato Anchieta será canonizado pelo Papa Francisco em abril, em cerimônia no Vaticano
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[foto1][foto2]A Terra do Beato, como é conhecida Anchieta, respira o nascimento do seu primeiro santo: José de Anchieta. Desde o anúncio da canonização do Beato, em 28 de fevereiro último, a cidade se prepara para a festa. Por todo o município é possível perceber a mobilização em prol deste que será, sem dúvida, o maior evento católico do Espírito Santo.
Para marcar a data, a Prefeitura de Anchieta, por meio da Gerência Estratégica de Patrimônio Histórico e Cultural e em parceria com a Paróquia de Nossa Senhora da Assunção, prepara uma celebração especial para o dia 2 de abril. A apresentação do coral Viva Voz, regido pelo maestro Inárley Carletti, abrirá a programação, às 9 horas. Em seguida uma missa solene será celebrada pelo Padre Acrísio.
A Prefeitura instalará no pátio da Igreja câmeras de vídeo para reforçar a segurança e a Polícia Militar intensificará o policiamento no local. Três ambulâncias, sendo uma UTI móvel, e equipes de apoio, estarão no local à disposição dos fiéis.
O prefeito Marquinhos comemora a conquista: “Todo ano milhares de fiéis vêm até à nossa cidade trazidos pela fé no Beato Anchieta. Vamos honrar este presente que Deus está dando ao povo anchietense cuidando do nosso município como fez o Padre José de Anchieta. Estamos de braços abertos para receber as pessoas e comemorar a canonização”.
Anchieta
José de Anchieta nasceu em 19 de março de 1534 em Tenerife, nas Ilhas Canárias, na Espanha. Era primo do fundador da Companhia de Jesus, Santo Inácio de Loyola, onde ingressou em 1551. Chegou ao Brasil em 1553, aos 19 anos, por iniciativa do Padre Manuel da Nóbrega, que precisava de reforço para a evangelização no País.
No Brasil José de Anchieta percorreu vários Estados, como Bahia, São Paulo e Espírito Santo. Foi criador do Colégio de Piratininga, inaugurado em 25 de janeiro de 1554 e que deu origem à cidade de São Paulo. O jovem jesuíta catequizou índios, fundou e construiu povoados, colégios e igrejas. Também lutou contra invasores franceses no Espírito Santo e fundou e dirigiu o Colégio dos Jesuítas em Vitória.
Espírito Santo
Em 1569, ao passar pela costa do Espírito Santo vindo da Bahia em direção ao Rio de Janeiro, a embarcação na qual viajava foi tomada por uma forte tempestade, da qual saiu ileso. Em agradecimento, em 1573 ele fez uma visita ao Santuário da Penha, na então província de Vila Velha. Cinco anos depois foi nomeado Reitor do Colégio Jesuíta, em Vitória, cargo deixou no mesmo ano para exercer as funções de Provincial dos Jesuítas do Brasil.
No Espírito Santo Anchieta escolheu a então Rerigtiba, atual município que leva seu nome, para viver. Mas antes de retornar ao povoado, em 1579, viajou por todo o Brasil incentivando a criação de comunidades jesuítas. Ainda em 1579 recebeu em Rerigtiba a imagem de Nossa Senhora da Assunção, quando da apresentação do auto “Dia da Assunção”, de sua autoria.
Em 1585 fundou a aldeia de Guarapari. Dez anos depois, em 1595, obteve dispensa de suas funções na Companhia Jesuítica e da direção do Colégio Jesuíta de Vitória e fixou residência em Rerigtiba. Durante o restante de sua vida, José de Anchieta cuidou a terra e dos índios, que o veneravam e o batizaram de Aba, que significa Padre em tupi-guarani.
José de Anchieta morreu na aldeia de Rerigtiba em 9 de junho de 1597 e seu corpo foi transportado pelos índios até a Catedral de Vitória, onde foi sepultado. Enquanto era transportado, o corpo caiu no chão e os índios bradaram “Aba ubu”, que significa “O padre caiu”. O local da queda é o atual balneário de Ubu, pertencente ao município de Anchieta.
Em 1611 os seus restos mortais foram transladados. Uma parte foi levada para o Colégio São Thiago, que dirigiu em Vitória, hoje Palácio Anchieta, sede do Governo do Espírito Santo, e outra enviada para Roma. Porém, no Museu do Beato, em Anchieta, ainda estão em exposição objetos que pertenceram a ele. Com destaque para um pedaço de uma de suas tíbias.
Canonização
O Padre Anchieta foi beatificado pelo papa João Paulo II, em Roma, em 22 de junho de 1980. O processo durou 417 anos e foi um dos mais longos da História. A preparação do texto com a biografia de Anchieta, com uma relação de prováveis milagres e a dimensão nacional e internacional de sua devoção, como também provas da sua santidade, está sendo feita pelo Padre César Augusto dos Santos.
O Arcebispo de Vitória, Dom Luiz Mancilha, afirma que o Beato Anchieta teve grande influência na formação religiosa do Estado e do Brasil: “Ele foi um grande catequista, um grande missionário, grande professor, grande místico, um homem de Deus!”.
Anchieta deixou um legado de fé e cultura ao povo anchietense. Por suas mãos foram construídos aqui o Santuário Nossa Senhora da Assunção, local sagrado e de devoção para os capixabas, e o Poço Jesuítico, local de visitação de moradores e turistas.
Sua disposição em caminhar fazia com que ele, pelo menos duas vezes por mês, percorresse a trilha litorânea entre Iririgtiba (atual balneário de Iriri); e Vitória, com pequenas paradas para pregação e repouso em Anchieta, Guarapari, Setiba, Ponta da Fruta e Barra do Jucu.
Essa caminhada é feita por fiéis até hoje, todos os anos, sob a denominação de Passos de Anchieta. São 105 quilômetros percorridos a pé por andarilhos de todo o Brasil e do exterior, a exemplo do que acontece com o Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha.
Popularizado como o Apóstolo do Brasil, Anchieta foi um missionário incomparável, fundados de cidades, gramático, poeta, historiador e teatrólogo. O apostolado não o impediu de cultivar as letras, pelo contrário, o incentivou a compor belíssimos textos, o que fez em quatro línguas: português, castelhano, latim e tupi, em prosa e verso.
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