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Prefeitura Municipal de Anchieta
15 de agosto: aniversário da fundação histórica de Anchieta e celebração do legado cultural
Celebramos 446 anos da fundação da cidade
| Autor | Atualizado em 18/08/2025.

Hoje, dia 15 de agosto, Anchieta celebra sua fundação histórica, ocorrida em 1579 com a instalação da Missão de Nossa Senhora da Assunção, criada por São José de Anchieta, S.J., no território então chamado Rerigtibá ou Reritiba, em tupi, “lugar de muitas ostras”.
A data, que completa 446 anos em 2025, marca um encontro único entre culturas, no qual a fé, a arte, a educação e o respeito à tradição indígena se uniram para dar origem a um dos núcleos mais importantes do período colonial brasileiro. No mesmo ano, também se comemoram os 435 anos do Auto da Assunção, encenado na aldeia de Rerigtibá, e os 470 anos da escrita da “Arte de Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil”, obra fundamental para o diálogo entre povos e para a preservação da língua tupi.
Anchieta chegou à aldeia em 12 de agosto de 1579 e, em diálogo com o morubixaba local, obteve o consentimento para fundar a missão no terreiro sagrado dos tupiniquins, espaço tradicional de sepultamentos e práticas espirituais. Esse gesto de respeito mútuo simbolizou desde o início o diálogo entre cosmovisões distintas. A construção da Igreja, chamada Tupãoca (“Casa de Tupã”), uniu técnicas construtivas indígenas e jesuíticas, com uso de pedra, cal de ostra, óleo de baleia e pigmentos naturais.
O trabalho missionário, que começou anos antes com aldeias de visitação, evoluiu para uma estrutura permanente voltada à catequese, educação e valorização da cultura local. Um marco desse processo foi a encenação do Auto da Assunção, escrito em tupi por Anchieta e protagonizado por indígenas cristianizados. A peça integrava música, teatro e elementos marianos, tornando-se um exemplo único de inculturação religiosa.
A missão de Rerigtibá fez parte de uma rede estratégica de aldeias no Espírito Santo, essenciais para a expansão cultural e espiritual no período colonial. A dedicação dos jesuítas ao aprendizado da língua indígena foi determinante para o êxito desse diálogo intercultural. A “Arte de Gramática” de Anchieta, publicada em 1595, permanece como um dos legados mais significativos da história linguística e educacional do Brasil.
A cidade de Anchieta recebe seu nome em homenagem ao fundador e aos povos originários que souberam acolhê-lo e integrar seus saberes à construção de uma nova realidade. José de Anchieta faleceu em Rerigtibá, em 9 de junho de 1597, sendo lembrado como o “Apóstolo do Brasil” e como um símbolo de união entre fé e cultura.
Fonte: Texto: Prof. Robson Mattos e Prof. Ivan Petri Florentino.